terça-feira, 29 de setembro de 2009

E assim.... Sou Filósofo...

O que me prende a Filosofia é o mesmo motivo que me afasta dela!

Eis que ao repudiar o projeto mais abrangente e difundido, reclamando pela necessidade de dar uma existência palpável a teorias filosóficas, reclamando pela concretude, pelo externalismo…

Posso perceber o estratagema mental vacilante que me leva, sem perceber, ao caminho que repudio!

Ao me tornar filósofo e desejar a evidência científica ao lugar de meras intuições, me torno filósofo novamente pelo desejo fervoroso daquilo que me mantenha a certeza, mesmo que provisória…

Ao ser filósofo e negar a Filosofia me torno mais filósofo… A Filosofia é a perfeita sinfonia da vida que se consome e é abundante, nunca deixando de ser vida, nunca deixando de ser Filosofia…

Passamos por Nietzsche, filósofo do martelo, destruidor de ídolos de pé de barro, mas que ao mesmo tempo que destrói, deseja construir em si… Mais ídolos?

Ao tempo que me percebo preso à aquilo que mais repudio e que mais me é próprio…

Ao tempo que me escondo no escuro do quarto em busca do gato nunca encontrado, que perpetuo nas garras desta roda, que ao me parecer que muda, noto que estou no mesmo ponto!

Eis o que é a Filosofia: Uma artimanha articulada contra ninguém mas que atinge a todos, um oceano em uma gota de água, um emaranhado…

Um labirinto, recheado de novidades velhas sobre um pedestal embolorado… Que me coloca sobre um pedestal imaginário… e real…

Esse é meu motivo: Minha arrogância, meu orgulho, meu desejo de poder ser o fundamento, meu desejo de ser endeusado, divinizado, sem nunca ser casto ou santo, meu desejo de estar na base… Disseminando…

Meu desejo de ser Übermensch…